A situação do Hospital São João Evangelista voltou a ser tema de intensos debates na Câmara de Vereadores de Sobradinho durante a sessão dessa segunda-feira (28) que votou o projeto de lei prevendo a abertura de um crédito especial superior a R$ 849 mil reais para ações de saúde no orçamento de 2025, em razão da intervenção judicial que a instituição enfrenta. O presidente da Câmara, Valdecir Bilhan – Cíli (PL), expressou preocupação com a continuidade dos repasses financeiros por parte do município, destacando a ausência de apoio do Governo do Estado. “Até quando o município vai conseguir sustentar isso sozinho?”, questionou. Cíli citou casos recentes de pacientes que teriam dado entrada no hospital com quadros aparentemente simples e acabaram falecendo. “Tem gente que baixou com uma simples infecção e saiu dentro de uma caixa”, lamentou o vereador.
Ele também relatou o caso de um homem que chegou ao hospital com dor, não teria recebido exames adequados nem encaminhamento, e acabou falecendo. Bilhan afirmou que buscará esclarecimentos sobre a causa da morte. A vereadora Cátia Dalmolin (PP), que integra a Comissão de Saúde, apoiou as preocupações do presidente e reforçou a necessidade de o município investir em cirurgias, UTI e um serviço do SAMU em Sobradinho. Segundo ela, os relatos de mau atendimento, óbitos e até o deslocamento de gestantes para Candelária têm gerado grande insatisfação da população. “Está mais do que na hora de buscarmos soluções concretas”, disse a vereadora. Cristiano Lopes (MDB) lamentou os episódios e ressaltou que o problema do hospital é antigo, tendo sido herdado da gestão anterior. Ele destacou que o prefeito Maninho Trevisan tem se empenhado na busca de soluções e dialogado com o Estado.
“O projeto mostra que a atual gestão está priorizando a saúde”, afirmou ele. Já o vereador Jairo Hermes (PDT) lembrou que a Comissão Especial da Saúde com a procuradoria do Município, tentou envolver o Estado na intervenção judicial, mas a tentativa foi frustrada após o governo estadual recorrer da decisão. Ele avaliou que manter o hospital funcionando exclusivamente com recursos municipais é uma responsabilidade desproporcional. Jonas Horbach (PT) também avaliou a situação como grave, mas alertou que alguns dos casos citados pelo vereador Cíli, envolvem pacientes com comorbidades preexistentes, o que demanda apuração criteriosa. Ele reforçou a dificuldade enfrentada por doentes que precisam buscar atendimento fora do município. Ao final da discussão, o projeto de lei que autoriza a abertura do crédito de R$ 849 mil reais ao Hospital São João Evangelista foi aprovado por unanimidade.
