Polícia Civil de Arroio do Tigre deflagra Operação Tropilha

A Polícia Civil seguirá com as investigações para apurar o possível envolvimento de outros servidores públicos

Na manhã desta segunda-feira (9), a Polícia Civil de Arroio do Tigre deflagrou a Operação Tropilha, com o cumprimento de mandados de busca e apreensão nas cidades de Santa Maria, Pelotas e Júlio de Castilhos. A ação é resultado de uma investigação que apura um esquema criminoso envolvendo a falsificação de documentos para legalização e transporte de bois e cavalos sem procedência, possivelmente oriundos de abigeato (furto de animais).

Segundo a delegada Graciela Foresti Chagas, responsável pela investigação, o grupo investigado é composto por um servidor público da SEAPI (Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável) de Arroio do Tigre, que inseria dados falsos no sistema oficial para emitir GTAs (Guias de Trânsito Animal) fraudulentas. Também são alvos da operação um advogado de Santa Maria, seu filho, que seria um dos destinatários dos animais, e um funcionário da família, residente em Júlio de Castilhos, apontado como responsável pelo transporte dos animais.

Além da emissão ilegal de guias, a investigação identificou o uso de exames veterinários falsificados — inclusive de animais de outros estados como Amazonas, São Paulo e Mato Grosso — para “esquentar” a documentação. Após essa legalização fraudulenta, os animais eram encaminhados principalmente a frigoríficos, incluindo um abatedouro de equinos na região da Campanha, que atua com exportação de carne de cavalo para a Europa.

Estima-se que o grupo tenha movimentado cerca de 15 mil animais de forma irregular. Aproximadamente 150 produtores rurais gaúchos já foram identificados como vítimas, tendo seus registros utilizados de forma fraudulenta sem qualquer consentimento.

A Polícia Civil seguirá com as investigações para apurar o possível envolvimento de outros servidores públicos no esquema.

A operação contou com o apoio das Polícias Civis de Pelotas, Júlio de Castilhos, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Sobradinho, além da própria SEAPI. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também acompanhou as diligências relacionadas ao advogado investigado.

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