O ex-prefeito de Sobradinho, Armando Mayerhofer avaliou os números apresentados pelo seu sucessor sobre o fechamento das contas de 2024. Em entrevista ao programa Enfoque da Rádio Sobradinho nesta sexta-feira, 24, Mayerhofer negou que tenha deixado um déficit de 2 milhões 778 mil reais como disse nesta quinta-feira o prefeito Luiz Affonso Trevisan. Segundo o ex-prefeito, o valor real seria de cerca de 1 milhão e 900 mil reais. Armando Mayerhofer disse que vários fatores levaram a esta situação, como a seca dos últimos anos, a enchente e a necessidade de socorrer o Hospital São João Evangelista. Para o hospital teriam sido destinados 500 mil reais extras. Além disso, teria havido uma queda de arrecadação em dezembro do ano passado na ordem de 1 milhão e 90 mil reais.
Embora tenha reconhecido um déficit de 1 milhão e 900 mil, Mayerhofer minimizou a situação e disse que isso representa cerca de 2% do orçamento municipal que é de 90 milhões e 730 mil reais para 2025. Para ele, a situação é menos grave agora que no final das duas últimas gestões quando o déficit deixado foi de 4% do orçamento, citando 2016 quando o valor negativo teria sido de 1 milhão e 700 mil. O ex-prefeito lançou um desafio para o atual secretário das Finanças, Roberto Koehler, e pediu um dia por semana para auxiliar na gestão com o compromisso de colocar as contas em dia até o final do mês de março. Mayerhofer disse que faria isso por meio do remanejamento de recursos de uma área para a outra, acrescentando que o município possui 109 contas bancárias e que em algumas faltam recursos e em outras têm sobras. Essa seria, também, a estratégia que ele utilizaria para fazer o pagamento das férias dos professores, no montante de 600 mil reais, o que também está atrasado.
Segundo ele, nestas contas existem 800 mil reais depositados para pagamento de credores que não foram utilizados na virada do ano por falta de tempo hábil para fazer a movimentação bancária. Armando Mayerhofer ainda disse que estão previstos valores de transferências como IPVA, ICMS e FPM que poderiam ser utilizados nos próximos meses. Mayerhofer ainda explicou que na área da saúde deixou mais de 1 milhão de reais, fruto de emendas parlamentares, valor do qual poderia ser utilizada uma parte para custear despesas gerais, como combustível.
O ex-vice-prefeito Ivan Trevisan, que participou da entrevista, afirmou que é comum fornecedores receberem pagamentos de prefeituras com atraso quando ocorre transição de governo e que já passou por isso em sua empresa particular. Na entrevista desta quinta-feira, 23, o prefeito Maninho Trevisan também lamentou a situação do maquinário da prefeitura, que estaria em más condições. Hoje, Mayerhofer disse que essa necessidade de manutenção é normal. Ele ainda negou que a aquisição da usina de asfalto e a construção do Cristo Acolhedor sejam responsáveis pelo déficit. O ex-prefeito também garantiu que estão na conta da prefeitura os recursos necessários para uma série de reconstrução dos estragos causados pela enchente, como as pontes do Arroio Carijinho.