A intensidade do fenômeno La Niña no próximo verão deverá ser menor do que em anos anteriores. Foi o que disse a meteorologista Estael Sias em entrevista ao programa Enfoque na manhã desta quinta-feira, 16. De acordo com ela, o período de maior escassez de chuva deverá ficar concentrado entre final de novembro e janeiro, voltando à normalidade em fevereiro.
Em outros anos, o fenômeno se estendeu por um período mais longo. Desta forma, a cultura da soja não deverá sofrer impacto tão forte uma vez que no período de floração e enchimento de grãos da oleaginosa o fenômeno já deverá estar encerrado. Ela lembrou que esta é uma previsão que precisa ser atualizada periodicamente.
Conforme Estael Sias, os efeitos do La Niña serão sentidos de forma mais intensa na Argentina. Entre 2020 e 2023, três safras consecutivas foram afetadas por secas históricas no Rio Grande do Sul, com quebras expressivas de soja e milho. A economia sofreu com a redução das exportações, e o setor agrícola ainda se recupera das perdas.
La Niña é um padrão climático marcado por temperaturas da água mais frias do que a média no Pacífico equatorial, o que também leva a mudanças nos padrões da alta atmosfera, influenciando o clima globalmente. No Sul do Brasil significa chuvas abaixo da média. O fenômeno é o oposto do El Niño – marcado por temperaturas oceânicas acima do normal e excesso de chuvas no Sul do país.