Sobradinho se tornou referência no cuidado com a saúde ao expandir o tratamento para o tabagismo para todas as unidades de saúde do município. A iniciativa reflete um compromisso com a qualidade de vida da população e já começa a transformar vidas. Histórias como as de Elisandro Heitor Kolher e Evaldo Kegler mostram que, com apoio e determinação, é possível deixar o cigarro para trás.
Elisandro, de 37 anos, fumava há 23, quando decidiu buscar ajuda no ESF. Ele conta que o incentivo do agente de saúde e o apoio da equipe foram fundamentais: “A enfermeira Jordana e a dentista Chirlei foram minhas maiores incentivadoras. No começo, foi difícil lidar com o nervosismo, a abstinência e até dores no corpo e estômago. Mas o apoio delas e de toda a equipe fez toda a diferença. Hoje, me sinto outra pessoa'”.
Evaldo Kegler, servidor público de 56 anos, também compartilha sua trajetória. Fumante desde os 15, ele chegou a consumir duas carteiras de cigarro por dia, o que comprometeu sua saúde e suas finanças. “Sentia falta de ar e cada vez mais dificuldade para realizar tarefas simples. Quando comecei o tratamento, usei adesivo de nicotina e a medicação bupropiona. Foi difícil no início, mas hoje, depois de semanas sem fumar, sinto o quanto vale a pena lutar contra o vício. Não vale a pena morrer por algo que só queima dinheiro e destrói a saúde”.
Tratamento acessível e completo
O programa oferecido em Sobradinho é gratuito e inclui medicamentos, como adesivos de nicotina, gomas de mascar e bupropiona, além de acompanhamento personalizado. O tratamento tem duração de 12 meses, com encontros semanais no primeiro mês, seguidos de sessões quinzenais e mensais para prevenir recaídas.
Antes de iniciar, cada paciente passa por uma avaliação individual, conduzida por profissionais capacitados pelo Ministério da Saúde e pelo INCA. O objetivo é conhecer a realidade de cada pessoa e montar um plano personalizado.
As unidades de saúde contam com equipes dedicadas: enfermeiras, psicólogas, odontólogas e outros especialistas trabalham juntos para oferecer apoio integral. Atividades complementares, como sessões de artes e orientações nutricionais, ajudam a fortalecer o bem-estar dos pacientes durante o processo.
A secretária de Saúde, Ana Ilce Feron, destaca a importância da abordagem humanizada no tratamento: “Nossa prioridade é acolher e ajudar cada paciente a superar o vício. Recaídas podem acontecer, mas estamos preparados para oferecer apoio contínuo e garantir que ninguém desista de buscar uma vida mais saudável”, diz.
Para a coordenadora do programa, Lidiane da Rosa, o impacto do trabalho em equipe tem sido essencial: “Cada profissional está comprometido em dar o melhor suporte aos pacientes. Esse acolhimento faz toda a diferença, especialmente nos momentos mais desafiadores, como o início do tratamento ou possíveis recaídas”.
Desde setembro, 82 usuários já iniciaram o tratamento, sendo que 38 permanecem acompanhados regularmente. Novos grupos estão sendo formados para ampliar o atendimento.
Impactos do tabagismo na saúde
Causas de morte relacionadas ao tabaco:
O tabagismo é responsável por cerca de 8 milhões de mortes por ano em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Doenças associadas ao cigarro:
Fumar aumenta significativamente o risco de câncer (pulmão, boca, garganta e outros), doenças cardiovasculares, derrames e problemas respiratórios como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).
Impacto econômico:
O gasto global com saúde relacionado ao tabagismo ultrapassa 1,4 trilhão de dólares anualmente, incluindo custos médicos diretos e perda de produtividade.
Tabagismo passivo:
Não fumantes expostos à fumaça do cigarro também estão em risco, com cerca de 1,2 milhão de mortes anuais atribuídas ao fumo passivo.
Benefícios de parar de fumar:
Em 20 minutos: melhora da frequência cardíaca e pressão arterial.
Em 24 horas: redução do risco de ataque cardíaco.
Em 1 ano: risco de doença cardíaca reduzido pela metade.
Em 10 anos: risco de câncer de pulmão reduzido pela metade.
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Instituto Nacional de Câncer (INCA).
(Informações da Assessora de Imprensa Emmaniele Dal Ri)