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SOS Agro RS mobiliza o setor produtivo gaúcho em Cachoeira nesta quinta-feira

Atividades como criação de suínos, aves, bovinos, bovinos de leite, olerícolas e produção de frutas também sofreram impactos significativos. No meio rural, 19.190 famílias enfrentaram perdas em estruturas das propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários.
Foto: Divulgação

Produtores rurais do Centro Serra e de todo o Rio Grande do Sul estão participando nesta quinta-feira (04), do SOS Agro RS. O evento está em andamento no Parque da Fenarroz, em Cachoeira do Sul. A manifestação, que é tida pelos organizadores como apartidária, busca demonstrar aos governantes que o campo tem pressa por soluções para os prejuízos causados pelas cheias de maio e para as dívidas remanescentes das últimas temporadas afetadas pelas estiagens.

Falando nessa quarta-feira (03) ao programa Quadro Geral, da Rádio Sobradinho AM, a produtora Rural de São Sepé, Grazi Camargo, disse que a ideia da mobilização surgiu logo após a enchente, quando ela e outros produtos perceberam que haveria muitas dificuldades para a retomada do setor. Além disso, espera que a pauta da Farsul seja atendida. Já o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, falando ao vivo do local da manifestação, disse ao programa Enfoque da Rádio Sobradinho, que tratativas estão em andamento com o governo, mas que é necessário mais agilidade para o anúncio de medidas a fim de resolver a situação dos financiamentos da safra passada. Sem isso, segundo ele, será impossível para o produtor aproveitar os recursos anunciados no novo plano safra. 

A reivindicação principal do grupo diretamente envolvido no SOS Agro RS, composto por produtores rurais de diversos portes e atividades, todos enfrentando problemas financeiros graves, seria para que o governo federal se manifeste sobre as medidas apresentadas pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) no dia 7 de maio, que incluem a prorrogação de dívidas, criação de uma linha de crédito com juros de 3% e prazo de pagamento de 15 anos, com até dois anos de carência. O Rio Grande do Sul contabiliza a quarta safra consecutiva com perdas nas atividades agropecuárias, segundo divulgado pelo Canal Rural. De 2019 a 2022, foi a estiagem que causou prejuízos; já no ciclo 2023/2024, o excesso de chuvas impactou negativamente a colheita. Segundo a Emater-RS, a perda média na soja é de dois milhões de toneladas, com algumas regiões ainda com mais de 50% da área plantada sem colheita.

Na Metade Sul, cerca de 10% da área foi abandonada devido às condições péssimas dos grãos. A área cultivada no estado está estimada em 6,6 milhões de hectares, com uma produtividade média estadual de 2.923 kg/ha. No entanto, algumas regiões colheram muito abaixo desse volume. As perdas não se limitaram à soja. Outras culturas, como milho em grão e silagem, além de áreas de arroz, foram severamente impactadas. A histórica enchente de maio afetou mais de 206 mil propriedades, sendo que 50 mil produziam grãos. Atividades como criação de suínos, aves, bovinos, bovinos de leite, olerícolas e produção de frutas também sofreram impactos significativos. No meio rural, 19.190 famílias enfrentaram perdas em estruturas das propriedades, como casas, galpões, armazéns, silos, estufas e aviários. Na agroindústria, cerca de 200 empreendimentos familiares registraram prejuízos. Diante dessa situação, os produtores não conseguem cumprir os compromissos financeiros assumidos e reinvestir na recuperação das propriedades.

Entre os políticos, que participam do SOS Agro RS estão autoridades como o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adolfo Brito (PP), o deputado federal Tenente Coronel Zucco (PL), bem como outros deputados e senadores de diferentes estados brasileiros. A diretoria da Federação da Agricultura do RS (Farsul) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) apoiam o SOS Agro RS. Também estão presentes representantes de outras entidades da agropecuária e de sindicatos rurais do Estado. O SOS Agro RS defende o engajamento pacífico e diz que não serão permitidas bandeiras no evento e nem bebidas alcoólicas. A programação do SOS Agro RS em Cachoeira do Sul conta palestras e debates sobre os desafios e as perspectivas para o agro e diálogo com autoridades.

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