Foto: Fabrício Ceolin
As corporações de Bombeiros Voluntários que atuam no auxílio e combate a ocorrências em todo o Brasil podem deixar de existir. Um Projeto de Lei de 2001, que prevê a proibição da nomenclatura e torna ilegal os Corpos de Bombeiros Voluntários, foi aprovado na Câmara dos Deputados. Com a aprovação, o texto segue para votação no Senado, ainda sem data definida.
O texto que tramitou na Câmara durante 21 anos tem, num dos seus pontos, a exclusividade dos termos “bombeiro” e “corpo de bombeiros” se restrinja somente aos Corpos de Bombeiros Militar. Conforme o presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários do Rio Grande do Sul (Voluntersul) e presidente do Conselho de Administração da Confederação Nacional dos Bombeiros Voluntários, Anderson Jociel da Rosa, em outubro entraram dois incisos. Um deles passa a gestão dos Bombeiros Voluntários para os Bombeiros Militares, muito parecido com o que se tentou no Rio Grande do Sul e não foi aprovado.
O outro fato que causou estranhamento, segundo ele, é a tentativa de militarizar uma nomenclatura de domínio público. De acordo com Anderson da Rosa, são mais de cem corporações em todo o País, com mais de 7 mil bombeiros voluntários e que fizeram, só em 2021, mais de 100 mil atendimentos nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Espírito Santo. No Estado, são em torno de 50 Corpos de Bombeiros Voluntários, instalados em cidades como Sobradinho, Candelária, Arroio do Tigre, Agudo, Paraíso do Sul, Novo Cabrais entre outros.
Somente no ano passado, as corporações do Estado atenderam cerca de 30 mil ocorrências, que além de serviços de combate a incêndios, atuam também com prestação de socorro às vítimas de acidentes. O Corpo de Bombeiros Voluntários de Sobradinho tem 22 anos de atuação, conta com sete viaturas para atendimento, além de sede operacional própria. Antes da criação da corporação, foi tentada a instalação de um Corpo de Bombeiros Militar no município, mas sem sucesso.
Também houveram tratativas da criação do Corpo de Bombeiros Misto de Sobradinho em meados do ano 2000. O projeto não veio a tomar forma, uma vez que o CBM não aceitou a sede provisória que seria instalada em uma casa existente na garagem da empresa Viação Santa Cruz. Com as negativas, optou-se pela permanência de um efetivo 100% voluntário, sendo hoje uma das corporações mais bem equipadas do Estado, atendendo os municípios do Centro Serra.