Em entrevista ao programa Enfoque da Rádio Sobradinho AM, o presidente do SindiTabaco, Valmor Thessing, trouxe esclarecimentos e tranquilizou os produtores diante da recente taxação imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, entre eles o tabaco.
Segundo o dirigente, não há previsão de demissões na cadeia produtiva, já que uma parte significativa da safra anterior já foi exportada. Ele também destacou que as empresas integradoras seguirão adquirindo normalmente o tabaco contratado para a próxima safra, por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT), garantindo estabilidade aos agricultores.
Apesar das expectativas de negociação entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, o diálogo não avançou. Os Estados Unidos, que são o terceiro maior destino do tabaco brasileiro, representaram cerca de 9% das exportações do setor entre janeiro e junho de 2025 — com o envio de 19 mil toneladas, o que gerou uma receita de 129 milhões de dólares. No acumulado de 2024, o Brasil exportou 39,8 mil toneladas, totalizando 255 milhões de dólares.
Thessing avaliou como improvável qualquer queda nos preços pagos ao produtor para a próxima safra, justificando que o tabaco brasileiro está valorizado no mercado internacional devido à sua qualidade. Ainda assim, o tipo burley, plantado exclusivamente para o mercado norte-americano, deve ser o mais impactado. Enquanto novos mercados não forem abertos, esse tabaco poderá ficar estocado no país.
Ele também alertou os produtores para que sigam rigorosamente as orientações técnicas das empresas fumageiras, sobretudo no que diz respeito à área plantada, para evitar desequilíbrios no setor.
Por fim, Thessing informou que as empresas do setor fumageiro se reunirão nesta quinta-feira (07) para discutir alternativas e estratégias diante do novo cenário comercial internacional.
