Plantão do Hospital Santa Rosa de Lima pode encerrar atendimentos

Reunião entre administração da casa de saúde, Secretaria Municipal de Saúde e profissionais da área ressaltou a preocupação com a manutenção do serviço em Arroio do Tigre.

Foto: Vinícios Rech/Rádio Sobradinho AM

O mau uso do serviço coloca em cheque a continuidade de um atendimento vital aos usuários do plantão do Hospital Santa Rosa de Lima, em Arroio do Tigre. A busca por atendimento médico durante o horário do plantão de urgência/emergência, na casa de saúde, se tornou insustentável. Uma reunião, no último dia 18 de maio, discutiu a continuidade dos serviços. Participaram do encontro a secretária da Saúde, Diana Paula Rauber Mergen, a gestora do Hospital Santa Rosa de Lima, Veridiana Limberger, equipes de enfermagem das Unidades de Saúde do município, além de médicos e equipe de enfermagem do hospital. O serviço, contratado pelo município de Arroio do Tigre, oferecido no Hospital Santa Rosa de Lima tem sido procurado por pessoas que não se enquadram nos casos de urgência ou emergência, conforme estabelece o Protocolo de Manchester, adotado pela casa de saúde. Muitos dos casos atendidos durante o plantão, conforme os médicos que atuam no serviço, poderiam ser solucionados nas unidades de saúde.

A alta demanda de atendimentos no plantão, principalmente aos finais de semana, tem levado equipes médicas e de enfermagem à exaustão. Conforme o médico Mauro Gimenez Olazar, que representou a equipe médica durante a reunião, o alto número de atendimentos que não se classificam como emergência ou urgência pode atrapalhar em um atendimento de casos mais graves, inclusive ocasionando falhas por parte dos profissionais que estão sobrecarregados pela ata demanda. Conforme dados divulgados pelo hospital e Secretaria da Saúde, durante o mês de abril, foram 774 consultas no plantão, sendo que em um único final de semana (sábado e domingo) foram atendidos 121 pacientes que procuraram o serviço. Já nas unidades de saúde foram 1.322 consultas no mês de abril.

Como solução para o problema e evitar que o serviço seja totalmente paralisado, a partir do próximo mês serão criados critérios de avaliação para os atendimentos médicos, uma espécie de triagem dos casos e prioridades. Além disso, hospital e unidades de saúde devem manter contato mais próximo com reuniões mensais. A conscientização dos usuários do serviço é fator determinante. De acordo com o médico Mauro, hoje ao primeiro sintoma as pessoas vão ao hospital e muitas vezes não necessitam de um atendimento emergencial. Ainda segundo o médico, a época de mudança de temperatura traz muitos problemas respiratórios e é natural que ocorra quadros de tosse, no entanto muitas pessoas ao começarem a sentir os sintomas já procuram o atendimento no hospital, o que deveria ser feito nos postos de saúde.

Ele relata também que muitos pacientes procuram atendimento com dores crônicas, o que não pode ser tratado e nem investigado num serviço de urgência e emergência. Muitos também acessam o serviço para mostrar ou marcar exames e até mesmo pedir atestados. Gimenez acrescenta que o “jeitinho brasileiro” pode acabar com o serviço de urgência e emergência em Arroio do Tigre. Segundo ele, a decisão está no comportamento do povo. Nesta sexta-feira, 27, uma comitiva de Arroio do Tigre, envolvendo profissionais e gestores da saúde vão participar do programa Enfoque e esclarecer sobre a continuidade do serviço no município.

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