Nova administradora e interventor fazem balanço sobre situação do Hospital São João Evangelista

Tatiana e Edenir relataram que ainda há muita dificuldade para colocar em dia a documentação e a contabilidade devido à falta de registros e muita desorganização por parte da administração anterior que foi afastada da instituição.
Foto: Henrique Lindner

A advogada Tatiana Lisboa é a nova administradora do Hospital São João Evangelista de Sobradinho. Ela assumiu a função ainda em setembro e concedeu sua primeira entrevista nessa sexta-feira, 18, ao programa Enfoque da Rádio Sobradinho. Ao lado do interventor da instituição, Edenir Buligon, ela fez um balanço da situação da casa de saúde que sofreu intervenção judicial a pedido do Ministério Público em julho deste ano. Tatiana e Edenir relataram que ainda há muita dificuldade para colocar em dia a documentação e a contabilidade devido à falta de registros e muita desorganização por parte da administração anterior que foi afastada da instituição.

Entre as dificuldades estão total ausência de dados sobre emendas parlamentares que teriam sido destinadas para o hospital. Sobre a reunião de quarta-feira, que tratou sobre a possibilidade de transferir a gestão para o Estado, os dois lembraram que o Governo Estadual tem o dever de fornecer a média complexidade e que isso  pode ser encaminhado de forma administrativa ou mesmo por meio judicial. O assunto será discutido com a secretária Estadual da Saúde, Arita Bergmann, segunda-feira, 21, em Cachoeira do Sul. Edenir afirmou que o ideal seria que em Sobradinho fosse utilizado o mesmo formato de Rio Pardo, onde o Estado assumiu o hospital e terceirizou a gestão. 

Paralelo a isso, uma das alternativas para o futuro é a extinção da Associação Beneficente São Marcos que era a mantenedora do hospital até a intervenção, e a criação de uma fundação para a gestão e prestação de serviços. Tatiana Lisboa agradeceu o comprometimento dos 40 funcionários que têm se esforçado para manter o atendimento, mesmo com atraso de salários em muitos momentos. Edenir Buligon confirmou que o montante das dívidas pode ultrapassar os R$ 11 milhões e que esse valor só será totalmente conhecido com a conclusão dos processos judiciais. Além disso, essa situação interfere na transferência da administração para o HCB de Cachoeira do Sul, neste momento. Tatiana citou que, por questão legal, não podem ser feitos pagamentos de débitos do período anterior à intervenção, apenas de materiais essenciais para manter o atendimento. Os dois também disseram que o hospital não foi municipalizado e que por isso a prefeitura não pode assumir os débitos, apenas fazer a gestão para manter o atendimento.

A nova administradora revelou, ainda, que já foram realizadas várias reuniões com órgão como Ministério Público e Tribunal de Contas que repassaram importantes orientações. Tatiana e Edenir se mostraram otimistas e disseram que a nova equipe médica de Arroio do Tigre está prestando um bom serviço. Além do pronto atendimento, estão sendo prestados serviços de consultas, internações e exames pelo IPE Saúde e Unimed. Outros serviços ainda poderão ser oferecidos. Para eles, é inconcebível continuar levando as gestantes para a realização dos partos em Candelária e que só falta um pediatra para retomar este atendimento em Sobradinho.

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