Os produtores rurais do Centro Serra, interessados em participar da manifestação do Movimento SOS Agro RS, em Porto Alegre, podem fazer sua inscrição no Sindicato Rural de Sobradinho. O protesto será nesta quinta-feira (08), com destaque para um “tratoraço” pelas ruas da capital gaúcha. São esperados 300 tratores e ao menos 5 mil produtores vindos de todas as regiões do Estado.
A concentração será no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, a partir das 9h. As máquinas serão dispostas ao longo da Orla, enquanto uma caminhada de produtores vai se encarregar de levar as demandas do setor até a superintendência do Ministério da Agricultura no Estado. Às 10h, um ato na Casa do Gaúcho com a presença do governador Eduardo Leite marca o início da mobilização. Será a terceira vez que o Movimento irá às ruas para cobrar medidas, depois de outros dois protestos em Cachoeira do Sul e em Rio Pardo.
Simultaneamente ao ato da Capital, outras 245 cidades do Estado também terão mobilizações. Coordenadora do Movimento e produtora rural em São Sepé, Graziele Camargo diz que a ideia de levar o ato para a Capital tem o objetivo de sensibilizar a população. A reivindicação cobra apoio aos produtores gaúchos após a enchente. Na quarta-feira da semana passada, foi publicada a Medida Provisória que acena ajuda aos agricultores. A publicação ficou aquém do esperado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul), que disse que a medida “não atende todo o problema”. A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-RS) também fez ressalvas.
Conforme Graziela, a decisão de manter o ato na Capital mesmo após a publicação da MP tem a ver com essas divergências, uma vez que a Medida Provisória não apresenta datas, juros, e desta forma ninguém pode acessá-la. Graziele Camargo acrescenta que trata de uma MP muito sujeita a comprovações, e a essa altura, não há mais como comprovar o estrago na lavoura. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil e o segundo maior no cultivo de soja. É também o terceiro maior produtor de leite, segundo maior produtor de frango e terceiro de suínos. É berço do cooperativismo no Brasil e líder na tomada de financiamentos do Plano Safra, política governamental federal para subsidiar a produção alimentar brasileira.
O tratoraço constitui-se no terceiro ato do movimento SOS Agro RS. O grupo apartidário surgiu de forma despretensiosa durante a catástrofe climática de maio, com objetivo de mensurar a extensão da destruição no campo. O grupo começou com 500 produtores e, hoje, reúne mais de 20 mil participantes, distribuídos em diversos grupos e subgrupos de WhatsApp pelo Interior. Os dois primeiros protestos ocorreram em julho: um em Cachoeira do Sul, no dia 4, e o outro em Rio Pardo, no dia 19. Ambos resultaram na entrega dos pleitos aos ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e para Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta. Também conferiu ao SOS Agro RS uma cadeira nas seguintes reuniões Executivo com representantes do setor no Estado.