Mortandade de abelhas na região pode estar ligada ao inseticida Fipronil

Em Granja do Silêncio, interior de Sobradinh, as propriedades de Eli Pavanatto e Valentin Redin registraram mortandade de abelhas. Pavanatto calcula perda de, ao menos, 35 das suas 40 caixas de abelhas, e Redin das 80 caixas que mantém, acredita que em torno de 50 tiveram morte de abelhas.

Apicultores do Rio Grande do Sul se deparam com a morte de milhares de abelhas nos apiários de diferentes regiões nos últimos dias. Segundo a Câmara Técnica de Apicultura, da Secretaria Estadual da Agricultura, mais de 780 casos foram relatados, incluindo os municípios de Sobradinho, Rosário do Sul, São Gabriel, Encruzilhada do Sul, Caxias do Sul, Erval Seco, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Dom Pedrito e Canguçu. Apesar do aumento dos casos de mortandade e da preocupação dos apicultores, esse não é um evento isolado. A principal suspeita reside no inseticida Fipronil.

De acordo com o apicultor/coordenador da Câmara de Apicultura do Estado e da Cooperativa Apícola do Pampa Gaúcho, Aldo Machado dos Santos, o pico das mortes de abelhas no Estado foi em 2019, com cerca de 6 mil caixas perdidas. A estimativa é que cada caixa comporte entre 50 e 60 mil abelhas. A causa da mortandade também já é conhecida pelos apicultores, pois, segundo ele, nos últimos anos, a maior parte dos laudos indicaram envenenamento pelo agrotóxico Fipronil. Segundo Aldo dos Santos, no começo da preparação de lavouras, alguns produtores usam de forma incorreta o inseticida, colocando o produto junto com o herbicida. Como é época de primavera, os produtos são aplicados sobre as flores. As abelhas são contaminadas nas flores e vão para as colmeias, matando o restante dos insetos.

A última pesquisa divulgada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, mostrou que entre os meses de janeiro e abril de 2021, 77% das amostras de colmeias com mortandade de abelhas no estado apontaram a presença do ingrediente ativo Fipronil. Em Granja do Silêncio, interior de Sobradinh, as propriedades de Eli Pavanatto e Valentin Redin registraram mortandade de abelhas. Pavanatto calcula perda de, ao menos, 35 das suas 40 caixas de abelhas, e Redin das 80 caixas que mantém, acredita que em torno de 50 tiveram morte de abelhas.

A Secretaria da Agricultura de Sobradinho encaminhou relatório à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde uma análise das abelhas mortas está sendo feita, a fim de identificar a causa da mortandade. De acordo com Gustavo Nogueira Diehl, representante do setor de Sanidade Apícola da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, os laudos não estão sendo feitos desde julho deste ano, em razão da falta de recursos. Além disso, não foi informado o quantitativo de amostras pendentes para análise e a posição do setor sobre as últimas mortes.

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