A mobilização dos produtores gaúchos pela renegociação das dívidas vai continuar nos próximos dias. Foi o que disse a coordenadora do Movimento SOS Agro, Graziela Camargo. Em entrevista à Rádio Sobradinho na manhã desta segunda-feira, 02, ela informou que alguns pontos de bloqueio nas rodovias vão ser desativados, permanecendo cerca de 30 no Estado, mas com maior número de pessoas em cada local. Segundo ela, muitos produtores precisam cuidar de suas lavouras e não podem ficar em tempo integral nas manifestações. Grazi Camargo ainda afirmou que, de forma geral, as manifestações têm recebido apoio da comunidade e do setor político e que o objetivo é seguir pressionando o governo.
Ela lembrou que os produtores não pedem a anistia dos financiamentos, mas a chamada securitização que significa um prazo de 20 anos para quitar todos os débitos acumulados. Dois projetos com esta finalidade tramitam no Congresso Nacional. A representante dos produtores também apontou que as medidas anunciadas pelo Governo na semana passada não são suficientes e não abrangem todos os agricultores. Sobre a prisão de um homem na última sexta-feira à tarde em meio a concentração de produtores em Arroio do Tigre, na RSC 481, Graziela Camargo esclareceu que ele não tem nenhuma ligação com a mobilização. O presidente da Fetag também falou sobre a renegociação dos financiamentos.
Carlos Joel da Silva reconheceu como positivas as medidas anunciadas na última quinta-feira pelo Governo Federal, mas disse que ainda precisam ser ampliadas. Os financiamentos de custeio foram prorrogados por três anos e os de investimento por um ano. Para Carlos Joel da Silva, isso desafoga o agricultor momentaneamente e evita que o CPF seja negativado, mas são necessárias medidas de longo prazo. O presidente da Fetag explicou que é necessário um alongamento dos débitos porque os agricultores acumulam perdas nos últimos cinco anos por conta de estiagens seguidas e a enchentes de 2024. Segundo ele, a prorrogação dos prazos vai garantir mais tempo para seguir as negociações com o governo.