Mobilização da agricultura familiar reúne mais de 1.800 pessoas em Porto Xavier

A pauta completa incluiu a implementação de barreira comercial para barrar a entrada de leite e derivados dos países membros do Mercosul

Foto: Divulgação Fetag-RS

Mais de 1.800 pessoas estiveram nesta terça-feira, 01, em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina, para se manifestar contra as desigualdades que a categoria está sendo vítima devido a importação de produtos vindos de países do Mercosul. A mobilização teve início pela manhã, na praça central da cidade e terminou na Aduana entre os dois países. O Centro Serra esteve representado no evento com uma delegação de Sindicalistas.

Fizeram parte da comitiva os presidentes dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Passa Sete, Danilo Trindade; de Ibarama, Gilson Rodrigues; de Lagoa Bonita, Sidinei Bach; de Lagoão, Regimar Rodrigues; Estrela Velha, Ernani Luiz Franceschi da Silva; de Segredo, Miguel Limberger, e de Sobradinho, Delmar Waide, além de outros dez dirigentes sindicais. A mobilização teve como pauta principal o leite, mas também reivindicou pelos produtores de alho, vinhos, carnes e cebola, culturas que estão sofrendo devido a entrada de produtos dos países vizinhos com preços muito abaixo da produção nacional, o que torna as atividades praticamente inviáveis para a agricultura familiar brasileira.

A pauta completa incluiu a implementação de barreira comercial para barrar a entrada de leite e derivados dos países membros do Mercosul; implementação de regra para que nenhuma empresa ou indústria que importar leite ou derivados receba qualquer tipo de benefício fiscal do Estado; liberação do recurso do FUNDOLEITE para implementar políticas de apoio ao produtor de leite no Rio Grande do Sul; mudança nas regras do Proagro para não prejudicar os agricultores e pecuaristas familiares que enfrentaram três secas consecutivas; atualização do limite do imposto de renda para os agricultores e pecuaristas familiares, e correção ou rebate no enquadramento da DAP e CAF-Pronaf para acessar os financiamentos de custeio e investimento.

No caso do leite, apenas no mês de junho, a importação representou cerca de 20 dias da produção de leite do Rio Grande do Sul. Foram 20 toneladas de leite em pó, o que na conversão representa 200 milhões litros de leite importados. No que refere a valores, na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, o quilo do leite em pó varia entre R$18,09 e R$19,65, enquanto no Brasil, o quilo custa R$26,00. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior.

De acordo com o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, “a desigualdade de condições entre os produtores brasileiros e dos países vizinhos é muito grande e o governo federal precisa tomar medidas de forma urgente, pois se tornou inviável competir com os produtos importados”. Segundo ele, a intenção é proporcionar igualdade de condições, pois na qualidade é possível competir sem medo.

Nesta quarta-feira, 02, em agenda marcada pelo deputado Heitor Schuch, haverá reunião com o Banco Central para tratar sobre a pauta do Proagro, que contará com a participação da Fetag-RS e da Contag. Os mais de 1.800 agricultores de diversos municípios que estiveram presentes no ato organizado pela Fetag-RS, Regionais Sindicais e Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, entraram em acordo de dar 30 dias para que medidas sejam tomadas pelos governos do Estado e da União ou novas mobilizações irão ocorrer.

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