Foto: Reprodução JFRS
A Justiça Federal começa a ouvir, na tarde desta quarta-feira, 03, os depoimentos das testemunhas de defesa no julgamento do Caso Pronaf. São pessoas apontadas pelos indiciados como forma de provar que eles não estão envolvidos no esquema. As testemunhas de acusação já foram ouvidas. Elas prestaram depoimento entre os dias 14 de junho e 18 de julho. Muitos falaram por videoconferência, direto da sede da Justiça Federal em Santa Cruz.
Conforme reportagem do Porta GAZ, no total, cerca de 120 pessoas devem depor ao longo de todo o processo. Os últimos a serem ouvidos são os réus. Essa fase é chamada de instrução. Ajuizado pelo Ministério Público Federal em outubro de 2019, o processo tramita em segredo de Justiça junto à sétima Vara Federal, em Porto Alegre. Em janeiro deste ano, o juiz Guilherme Beltrame rejeitou o pedido de absolvição sumária dos 14 envolvidos.
Respondem à ação o ex-vereador de Santa Cruz e ex-coordenador do MPA Wilson Rabuske, o ex-vereador de Sinimbu Maiquel Raenke, outras quatro pessoas ligadas ao MPA e oito servidores do Banco do Brasil. O caso foi revelado pela Operação Colono, da Polícia Federal. Segundo o relatório final, recursos captados via financiamentos do Pronaf eram movimentados de contas bancárias de agricultores por pessoas ligadas à Associação Santa-cruzense de Pequenos Agricultores Camponeses. A Aspac era vinculada ao MPA.
A fraude teria feito 5.744 vítimas na região e os desvios chegariam a 9 milhões e 900 mil reais. Os acusados respondem por crimes contra o sistema financeiro nacional, gestão fraudulenta de instituição financeira e violação de sigilo. O núcleo ligado ao MPA também responde por associação criminosa. Os advogados que acompanham o caso ainda têm dúvidas se a sentença deve sair neste ano ou não.