Foto: Divulgação – Afubra
Os produtores de tabaco estão enfrentando dificuldades para vender a produção da safra atual. Isso porque mesmo após duas rodadas de negociações, com exceção da JTI, as demais empresas seguem sem apresentar proposta que cubra os custos de produção levantados em conjunto entre as fumageiras e as entidades representativas dos produtores no ano passado. Sem a reposição dos custos, que cresceram 30,17%, muitos agricultores estão aguardando para entregar o tabaco.
Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul, Carlos Joel da Silva, uma comissão fez nova visita às empresas nos dias 9 e 10 deste mês, na tentativa de buscar um acordo para o preço de referência pago aos fumicultores. As tratativas, no entanto, não progrediram e a percepção é de que as fumageiras não querem mais modificar a tabela já apresentada na primeira negociação, em dezembro do ano passado. Ele salienta que “todas as propostas recebidas pela Fetag permanecem abaixo do custo de produção”.
Carlos Joel voltou a afirmar que a Fetag não aceita negociar abaixo do custo levantado. Diante do impasse, a percepção da entidade é que os agricultores estão segurando a produção. Ele afirma que “o clima seco não é favorável para a classificação, e os produtores estão aguardando para ver se haverá alguma definição do mercado”. A orientação aos fumicultores é que tomem a tabela da JTI como referência e exijam das empresas às quais são integrados a valorização do trabalho realizado ao longo do ano.
Ao comentar a possibilidade de manutenção do levantamento do custo de produção conjunto para a próxima safra, o presidente da Fetag disse que o tema ainda não foi discutido pelo Fórum Nacional de Integração (Foniagro). Carlos Joel da Silva acrescentou ainda: “ou as empresas assumem o compromisso de levantar o custo de produção e colocá-lo na tabela ou a gente não tem motivo para continuar fazendo esse levantamento”.