Foto: Arquivo Rádio Sobradinho
A delegacia do município segue apurando os mais de 30 inquéritos instaurados contra João Riél Manoel Hibner Nunes Vieira Teles de Oliveira Brito. Ele já foi indiciado por plágio após investigações sobre sua tese de pós-doutorado que ele alega ter feito em uma instituição italiana e foi publicada em livro. De acordo com a delegada Graciela Foresti Chagas, a investigação envolvendo o tunense teve início após o Ministério Público verificar que em vários processos que tramitavam na Comarca de Arroio do Tigre, continha o nome dele, a assinatura, o número da OAB e ele figurava como advogado, juntamente com quatro outros advogados de Soledade. A promotoria na época verificou que ele não tinha OAB.
A Polícia investigou e verificou que o número da OAB pertencia, na verdade, a uma juíza, que havia deixado o número cancelado após passar a integrar o Judiciário. O inquérito de exercício irregular da advocacia, devido a pandemia, prescreveu. A Polícia Civil cumpriu busca e apreensão na residência de João Riel em Tunas, onde apreendeu documentos, livros, certificados, entre outros, que foram sendo analisados ao longo do tempo. De acordo com a delegada, a análise envolve Consulados e órgãos internacionais, pois há documentos que informam que ele teria títulos emitidos na Itália e Portugal. Os Consulados devem retornar com a documentação para a delegacia de Arroio do Tigre, até o fim de agosto. Investigações concluídas já foram remetidas ao judiciário, as quais acarretaram em indiciamento de plágio em livros, onde verificou-se conteúdos copiados da internet, pertencentes a outros autores.
Muitas pessoas foram até a Delegacia de Arroio do Tigre, informando que não sabiam que existiam ações na Justiça em que elas eram autoras, e que jamais outorgaram procurações, e que assinaturas que estariam nesses procedimentos não eram assinaturas que elas teriam feito. De acordo com a delegada, é possível ver assinaturas que diferem muito das que constam nos documentos oficiais das pessoas. O Instituto Geral de Perícias está fazendo uma análise técnica dos documentos. Na semana passada, pela segunda vez, advogados do escritório de Soledade, o qual era utilizado para ingressar com as ações, foram ouvidos. Em depoimentos, os profissionais relataram que, na época, os procedimentos não eram digitalizados.
Informaram que algumas vezes eles assinaram efetivamente as documentações para tramitar na Justiça, com algumas ações do próprio escritório. Mas revelaram que fizeram uma busca, e se surpreenderam com a quantidade de ações que estavam em andamento e constataram que em mais de 30 procedimentos a assinaturas de dois deles teriam sido falsificadas. Os advogados pediram providências à Polícia, pois eles não teriam assinado aquelas petições iniciais e nem documentos que estão dentro dos processos judiciais. Com isso, a Delegacia de Arroio do Tigre instaurou mais 30 inquéritos, para análise dessas documentações. De acordo com a delegada Graciela Foresti Chagas, até agora não houve nenhuma versão de João Riél sobre as questões apontadas, e ela acredita que provavelmente ele vá se manifestar somente em juízo.