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Caso João Riél segue repercutindo em nível nacional

Dos livros apreendidos, dois foram periciados e se identificou, de acordo com a delegada Graciela Foresti Chagas, que eram obras plagiadas, incluindo a suposta tese de pós-doutorado que Riél diz ter feito em Messina, na Itália

Foto: Arquivo Pessoal Facebook

Segue repercutindo em nível nacional a história do tunense João Riél Manuel Hübner Nunes Vieira Teles de Oliveira Brito, de 31 anos. Ele vem sendo investigado por supostas fraudes cometidas ao longo dos últimos anos, que vão desde plágios de obras literárias até sua atuação como advogado sem ter OAB.

Em reportagem do Portal Gaz do último sábado, a delegada Graciela Foresti Chagas revelou mais elementos sobre a investigação que está sendo feita pela Delegacia de Arroio do Tigre. Há inquéritos remetidos ao Poder Judiciário e outros em andamento. Pelo menos dez procedimentos contra o acusado foram abertos.  Entre as investigações, está um processo movido pelo Ministério Público, em que se verificou em audiências que ele figurava como advogado em petições iniciais e processos, especialmente contra o INSS, na comarca de Arroio do Tigre, pleiteando um acréscimo de benefício para algumas pessoas. Segundo ela, um procedimento foi instaurado para averiguar o uso indevido do número da OAB de uma advogada, em que ele suprimia a letra “E”, de estagiário. Esse inquérito foi concluído pela Polícia Civil e remetido ao Judiciário com indiciamento para Riél pelo crime de falsidade ideológica. Por esse fato, ele foi absolvido na Justiça, pois o juiz do caso entendeu que não havia provas suficientes.

Conforme Graciela, em 2019, durante as investigações do caso em questão, representou-se por um mandado de busca e apreensão na casa dele, em Tunas. Nas apreensões consta uma vasta quantidade de elementos, e tudo vem sendo analisado no decorrer do tempo”.

Dos livros apreendidos, dois foram periciados e se identificou, de acordo com a delegada, que eram obras plagiadas, incluindo a suposta tese de pós-doutorado que Riél diz ter feito em Messina, na Itália. A delegada diz que foi comprovado o plágio mediante a comparação dos textos que ele teria copiado e eram anteriores à obra dele, e também com o depoimento das vítimas que eram autoras das versões originais utilizadas por ele. Dois procedimentos de plágio foram remetidos ao Poder Judiciário neste ano, salientou a delegada.

Já um procedimento investigatório foi instaurado para analisar a falsificação de uma carteira que identifica Riél como aluno de pós-doutorado em Messina, na Itália. A delegada revela que foi identificado que o instituto, que consta como emissor dessa carteira, fechou as portas em 2015, e o documento dele é datado de 2017. Outra razão para a Polícia Civil apurar os detalhes do curso de pós-doutorado é que, entre os itens apreendidos na casa de João Riél, estava um diploma de mestrado em Portugal. A delegada revelou a reportagem, que esse título de mestre foi emitido no ano de 2018. De acordo com Graciela, isso torna impossível o fato de ele ter ingressado no curso de pós-doutorado em 2017, pois a prerrogativa seria ele ter concluído o doutorado para ingressar no pós, comentou a delegada. Ainda na última semana, pessoas foram ouvidas por Graciela Foresti Chagas. Elas estão afirmando que seriam autoras de ações que, em tese, ele teria proposto na comarca de Arroio do Tigre. Uma delas declarou que desconhecia a existência de ações judiciais nas quais ele figurava como autor. Alegou que jamais assinou qualquer documento para o investigado. Que não sabia que documentos que estavam na Justiça continham a assinatura dela.

A delegada disse que, numa primeira análise, já percebe uma discrepância bem grotesca entre a assinatura verdadeira da pessoa e a que está nos processos judiciais. Esses documentos serão periciados. Nesse caso, João Riel se tornou suspeito dessas falsificações, na medida em que foi ele que ingressou com essas ações. Caso comprovada a falsificação e a autoria dele, será indiciado por falsidade ideológica, pois estaria inserindo dados inverídicos em um documento, finalizou a delegada.

As questões envolvendo João Riél vieram novamente a tona, após o advogado criminalista Francisco Kliemann A Campis, de 23 anos, ter publicado em seu Twitter, um longo relato sobre as suspeitas que recaem sobre João Riél. Campis diz que fez a postagem para alertar a comunidade acadêmica para tomar cuidado. Avaliou que João Riel é um homem que, mesmo depois desse tempo, continua se aproximando de pessoas influentes para obter vantagem, em locais de destaque, dando palestras em colégios, ostentando coisas que não tem e se apresentando como uma pessoa que não é. Inclusive, vinha movimentando processos dizendo que é advogado, o que é algo muito sério, afirma o advogado.

Para a reportagem do Jornal  Gazeta do Sul, João Riél Manuel Hübner Nunes Vieira Teles de Oliveira Brito disse desconhecer o teor das atuais investigações e está surpreso com a repercussão de seu caso, anos depois de os primeiros fatos a seu respeito terem se tornado públicos. “Os casos são de 2019, que têm decisão totalmente a meu favor. As mesmas coisas vindo de novo. Não sei qual foi o objetivo dessa pessoa de Santa Cruz que mexeu nisso”,.. disse João Riél, atribuindo a repercussão atual ao advogado criminalista Francisco Campis. Ele também divulgou uma nota à imprensa, afirmando que estão criando inverdades sobre fatos antigos e atuais, inclusive sobre sua trajetória pessoal e acadêmica.

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