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Audiência Pública da Comissão da Agricultura debateu a comercialização da safra do tabaco 2020/2021

Para os parlamentares, preço justo e valorização dos produtores são importantes para manter o setor

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, promoveu nesta quinta-feira (01), uma Audiência Pública para debater a situação da comercialização da safra do tabaco safra 2020/2021, proposta pelos deputados Zé Nunes e Elton Weber. Na ocasião, segundo o presidente da Comissão, deputado Adolfo Brito, ficaram acertados como encaminhamentos: a necessidade do combate ao contrabando; aumento de diálogo entre todos os elos da Cadeia Produtiva do Tabaco; valorização dos preços pagos ao produtor; e a busca de uma forma de aproximação do setor pela Secretaria Estadual da Agricultura. Conforme o Presidente da Comissão, Deputado Brito, inicialmente, os proponentes, relataram as dificuldades que os produtores têm para comercializar o tabaco e cobrir os custos para produção.

O presidente da Afubra, Benício Werner, confirmou que a cada ano, as indústrias fumageiras têm deixado de dialogar, e criam muitos empecilhos para receber o tabaco, apesar de todos os esforços feitos para negociar melhores condições de comercialização da safra. Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag, mostrou sua indignação com a situação e o descaso das empresas com os produtores e com as próprias entidades representativas. Pela Farsul, o presidente do Sindicato Rural de Santa Cruz do Sul, Marco Antonio dos Santos, que atua nas negociações do tabaco, comentou estar frustrado com o que vem acontecendo. Segundo ele, “a renda dos produtores de fumo vem diminuindo ano a ano”. Luiz Weber, da Fetraf-Sul, demonstrou sua preocupação com a desvalorização dos produtores, com o aumento do endividamento e a falta de remuneração justa e condizente. Ele avalia que “o agricultor é escravo das empresas e isso vai acarretar na diminuição do plantio”.

Em nome da Famurs, Mário Nascimento, disse que “não se pode matar a galinha dos ovos de ouro, referindo-se aos produtores”. Ele disse que “os municípios estão preocupados, pois a cadeia produtiva do tabaco, além de trazer renda para as propriedades rurais, gera impostos e divisas”. Manifestaram-se, ainda, Delmar Weide, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sobradinho; agricultores de Santa Cruz do Sul, Camaquã, Canguçu e de São Loureço do Sul, unânimes nos relatos das dificuldades que estão enfrentando. Paulo Saath, da empresa JTI, disse que o consumo de cigarro vem caindo 2,5% ao ano, o que diminui a procura pelo tabaco. Lamentou o contrabando de cigarros no País.

Informou que a empresa vem buscando auxiliar o produtor, quanto a melhoria de produtividade, na busca de alternativas para diminuição nos custos e no cumprimento dos preços contratados com os agricultores. Lembrou que há um fórum de discussão conjunta para que todas as partes da cadeia produtiva sejam beneficiadas e que, além disso, a JTI tem pago pelo tabaco, em média, em torno de 7,5% a mais do que a tabela de classificação e poderá chegar com acréscimo de 8% para a próxima safra. Carlos Palma, da Souza Cruz, comentou da necessidade dos produtores plantarem somente aquilo que contrataram com as empresas; demonstrou preocupação com o aumento da ilegalidade na venda de cigarros, em torno de 50%, segundo dados da empresa. Disse que a empresa mantém canais de negociação com entidades e produtores e colocou à disposição de todos uma visita na unidade de Santa Cruz do Sul, para que tenham ciência da forma de comercialização da produção.

Gabriel Fogaça, falando pela Secretaria Estadual da Agricultura, junto com Paulo Lipp, discorreram sobre as ações da Câmara Setorial do Tabaco para valorizar os produtores e para que ocorra um diálogo maior entre todas as partes envolvidas, incluindo a elaboração de um planejamento para o setor. A deputada estadual Kelly Moraes, o deputado Beto Fantinel e o deputado federal Marcelo Moraes apresentaram números e a importância do setor. Segundo eles, “há municípios que dependem tanto da Cadeia Produtiva do Tabaco, que podem fechar as portas, se hoje terminar a produção do fumo. Para os parlamentares, preço justo e valorização dos produtores são importantes para manter o setor.

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