Na manhã de segunda-feira (08), Lajeado sediou o 8º seminário do Fórum Democrático da Assembleia Legislativa do RS (ALRS), reunindo lideranças políticas, empresariais, sindicais, especialistas e representantes da sociedade civil para debater o crescimento sustentável nos Vales do Taquari e do Rio Pardo. O evento ocorreu no auditório do Prédio 7 da Univates em Lajeado, com abertura cultural da Orquestra Gustavo Adolfo e mediação da jornalista Giane Guerra.
O presidente da AL, deputado Pepe Vargas (PT), destacou os impactos das enchentes de 2023 e 2024 na região e defendeu ações de mitigação e adaptação. Ele reforçou a importância de estudos sobre bacias hidrográficas, recuperação de matas ciliares e manejo adequado do solo. “Precisamos aplicar as soluções indicadas pela ciência. Isso não só reduz riscos, como também melhora a produtividade agrícola e abre oportunidades em áreas como energia limpa e geração de biogás”, afirmou.
Durante o evento, foi apresentada a Plataforma Digital de Participação Popular Pacto RS 25, que permite à população sugerir e apoiar propostas para o desenvolvimento regional.
O professor Markus Erwin Brose (Unisc) abordou a importância das universidades comunitárias e da organização da agricultura familiar na transição ecológica. Ressaltou a necessidade de democratizar o acesso ao conhecimento e promover o uso sustentável da água.
O professor Odorico Konrad (Univates) apresentou um laboratório móvel para produção de biogás e defendeu mudanças nos sistemas produtivos, com foco em energia limpa, economia circular e inovação. Ele destacou o potencial transformador da agricultura familiar da região.
O painel “Crescimento Sustentável e a Reinvenção do Trabalho” contou com a participação de Gilberto Piccini (Fiergs/Dália Alimentos) e Marco Daniel Rockenbach (Sindicato dos Comerciários de Lajeado). Piccini alertou para a escassez de mão de obra e a informalidade no mercado. Já Rockenbach criticou os baixos salários na região e a concentração de renda, apontando a necessidade de melhores condições de trabalho e planejamento para a reconstrução das cidades atingidas por desastres.
Ao final, o público participou de uma plenária com encaminhamento de propostas, que serão sistematizadas em documento final. Em entrevista à Rádio Sobradinho, Pepe Vargas avaliou o seminário como positivo, destacando que as principais demandas envolveram meio ambiente, trabalho e agricultura. Ele observou, porém, a ausência de propostas mais específicas sobre infraestrutura.
